segunda-feira, 16 de maio de 2011

Crimes contra natureza crescem 300% em Minas Gerais

   A agressão ao meio ambiente em Minas acende o sinal vermelho para o desrespeito à natureza e se traduz em números assustadores. O total de crimes ambientais do estado que chegam à Justiça Federal teve um salto de mais de 300% na comparação entre os três primeiros meses deste ano e o mesmo período de 2007. A estatística supera até o índice nacional, que apresenta um aumento de 230% nos dois últimos anos.
   Nesse cenário de exploração ilegal, Minas se encontra na rota do tráfico de espécies da flora e da fauna da Amazônia para as regiões Sudeste e Sul do país. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 11% da madeira retirada da floresta amazônica é comercializada em terras mineiras, o que faz do estado o segundo maior consumidor desse produto, atrás apenas de São Paulo, que responde por 23%. Em decorrência disso, Minas foi o centro da Operação Guardiões das Montanhas, um trabalho conjunto do Ibama, das polícias Militar (PM) e Rodoviária Federal (PRF) e da Receita Estadual, feito em maio e junho do ano passado, com o objetivo de coibir o comércio e o transporte clandestino da madeira amazonense.
   Canários-da-terra, trinca-ferros, papagaios, araras, jabutis, tartarugas, iguanas e jaguatiricas. Essas são algumas espécies arrancadas do seu hábitat todos os dias e que engrossam a estatística do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. Apenas em BH, a unidade recebe uma média de 12 mil animais apreendidos por ano – número quatro vezes maior que em 2003. “Ainda não há um sentimento arraigado na sociedade de que manter essas espécies em cativeiro é um crime, é impedir que elas se reproduzam em liberdade. A experiência nos mostra que a legislação ambiental é eficiente, mas falta conscientização das pessoas. Temos que levar a lei ao conhecimento da população, com exemplos e numa linguagem simples e acessível”, defende o juiz titular da 5ª Vara Federal de Belo Horizonte, João Batista Ribeiro.

                                                                                                        TRIBO GAYA

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